Vesti o luto e me coloquei a caminhar pela rua.
Passo por passo lembrando do acontecimento de anos atrás.
Hoje é aniversário de meu irmão,
Que por sinal é um garoto bom
Que foi separado do pai pela morte, assim como eu.
É comum chorar de saudade
Mastigando a lembrança que ficou dos bons tempos.
Saudade do passado, medo do futuro...
É tudo o que posso sentir
Ou será errado temer?
Os tempos futuros não aspiram prosperidade.
Há sempre um problema:
Dívida, morte, poluição, roubo...
Todos decorrentes da escolha feita por cada um dos seres humanos.
Palavras vãs, ditas ao léu as vezes machucam.
Parei de me doer pelas poucas pessoas que eu realmente confiava,
Agora é compaixão remetida à quem se estende o seguro da confiança.
Meu perdão por hora se resume aos meus,
Aqueles em que ainda confio e que momentaneamente merecem a minha pouca atenção.
Sinto saudades dos bons e velhos tempos.
Um dia lembrarei desse vago e seco passado,
Que com a decadência humana coletiva
Será uma boa e velha lembrança.
Um dia chorou na minha frente um homem que não podia me dar presentes no nosso aniversário.
Hoje no seu aniversário de morte, dei um presente ao seu filho, meu irmão.
Que se faça justiça às lágrimas de um homem que trabalhou a vida toda,
Onde hoje estou colhendo frutos do suor.
Espero que um dia as coisas mudem.
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