terça-feira, 11 de maio de 2010

Definição

Por hora sou uma música desesperada,
Triste e metrificada
Quase que obrigada à permanecer em dó maior,
Numa clave sem acidentes,
Só com as notas se acidentando ao longo do caminho.
Ocorrentes acidentes corrigidos pelo paciente professor da escola
de música no centro da cidade.

Depois de ser música, me fragmento
No ritmo (alucinado) de uma busca pelo auto-conhecimento.
Não encontro nada além de mim mesmo
Sentado, contando compassos de anos atrás
Na volta para casa.

E é sempre um ônibus triste,
Com gente cansada de tanto trabalho,
De tanto transito, de tanta gente.
Lá eu sou mais um, sou só um...
O eu mesmo, me descobrindo e contanto compassos.

Por outra hora sou apenas uma poesia
(Diga-se de passagem) de linhas livres
Não parnasianas, nem modernas ou romântico-suicidas...
Realmente livre.

Naquele instante eu era o menino que Carlos dizia,
Com a maior história de vida do mundo.
Meu mundo já foi apenas eu,
Cheio de curiosidade sobre tudo,
Sozinho no espaço lotado de pessoas vazias.

Sou tantas pessoas que não sou nenhuma,
Digo e pergunto tanto que me confundo
Nas coisas que escuto de todo mundo.
Perdida (em mim) fica a definição
Das minhas conclusões que me definem EU,
E apenas isso.

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