domingo, 28 de março de 2010

Noises compilation

É só uma prévia da compilação à ser feita dos Noises #1, 2 e 3.
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I. -

O que fazer quando os olhos lêem o que não queriam ler? O coração se sente cheio e furado depois da notícia... vazam por todos os poros a notícia a ser digerida com sabor amargo de porque.
O ser humano por decência poderia conter os próprios desejos. Manter em segredo seus ocultismos para não machucar os olhos curiosos de quem lê atentamente cada linha do que se escreve.
Mas a palavra nasce livre, não prenda-a.
Que venha a nascer a mácula, amargurada com cada linha de desejo arredio à sua capacidade. Que venha para ferir todo adepto da palavra, machuca e fustiga cada ferida já aberta pela desconfiança e insuficiência.
Para desencargo de consciência observe sua vida e perceba à quem fere.

II. -
A descoberta dos novos-velhos acontecimentos escondidos do rapaz debaixo daquela barba o descontentara. Ele já esperava que fosse acontecer e temia que acontecesse, parece que previa tal situação.
Pormenorizava em sua cabeça todos os beijos que desejava sendo concretizados por outro personagem "genérico", detalhe por detalhe. Sentia em seu paladar a textura das línguas entrelaçando-se ansiosas pelo próximo momento, beijo por beijo.
Todas as dúvidas do mundo lhe cabiam na cabeça (grande por causa, natureza e consequência), enquanto o coração lotado - ou ao menos dizia que sim em defensiva ao seu espaço sujeito à profanação desses sentimentos malucos - explodia de dúvidas igualmente descabidas e infinitas.
Para cada segundo de convivência eram outros dois de pensamento pesando sobre o espaço físico de cada único segundo. Cada vez mais doente, aquele amor soava mais latente e platonico, ainda mais sob o céu estrelado e clima agradável que a noite proporcionava à todos daquela rua.O coração sangrava dor a cada abraço, mas naquele ponto já se fazia tarde lamentar o que de fato, se havia ou não feito.

III. -
Durante o dia, fecha os olhos e deixa sentir como uma flecha a dor que destrói o corpo, a chama que vai queimando de dentro pra fora. Mesmo com o bolso cheio de muitas desculpas nenhum sentimento será perdoado, pois não foi escolhido sentir.
O corpo como uma estátua fica imóvel apenas deixando sentir o turbilhão de inusitadas sensações e pensamentos que agora rodeiam a sua cabeça confusa. Mas não há lágrimas para chorar, não agora. Não por isso, afinal é tão pouco. Tantas pessoas e tantos motivos. Misérias, pestes, mentiras... enquanto você é uma ilha rodeada de ondas de água, vento e som.
A cabeça confusa, apelando por uma palavra pede misericórdia, não é ouvida. Fingem não ouvir, não se sabe se por descaso. Na cabeça foi implantado que depois de tentar (de verdade) e não conseguir é a hora da fuga. Só um caminho pro horizonte e tantos caminhos disponíveis, ruas imensas, inúmeras e escuras rodeadas de variadas possibilidades.
Algumas pessoas estarão próximas ao alcance de um grito, mas fugirão na velocidade do som ao saber de toda a dor que carrega este (falecido) coração. Não estranho saber que partiu só, já que meias verdades não lhe são verdade alguma. Inteiro e fatal. Corre e corre no escuro, já é noite... nada pode te deter. Vá correndo se alimentar do ar da noite, do silencio e do momento de liberdade onde você não é julgado, nem observado.
Relaxe, agora você está só consigo.

Um comentário:

Unknown disse...

Simplismente Perfeito *_*²