Todo ódio, todo nome,
Como tudo o que é informe
Tem seu endereço.
Todo riso, toda brisa,
Tudo o que é calmo,
Tudo o que é cinza,
Tudo o que a camisa envolve
É corpo preto e peito nobre
Descalço na calçada,
Vivendo à própria sorte.
De tudo o que existe,
A vida parca que insiste
É a busca pela vida.
Às vezes o dinheiro envenena a guerrilha
E cerca, às pressas, toda a gente pobre.
De onde vem o grito mais nobre,
Senão desse povo de vida sofrida?
Cabe à mim mesmo a investida:
Programas sociais: dinheiro
Atividades culturais: tempo;
Atenção (antes de mais nada!) - e afeto.
Mas, para muitas famílias
O pouco que bastava era um teto
Para fazer ninar os filhos
Desta nossa sociedade.
A Polícia mata. A Rota, em especial.
Mas veja o que saiu no jornal:
Mais desapropriações!
Amigo, desligue a televisão...
Te chamo para este poema,
Assuma como seu este problema.
Já somos dois a buscar a solução:
MORADIA SIM, LATIFÚNDIO NÃO!
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