terça-feira, 2 de março de 2010

Noise #2

Durante o dia, fecha os olhos e deixa sentir como uma flecha a dor que destrói o corpo, a chama que vai queimando de dentro pra fora. Mesmo com o bolso cheio de muitas desculpas nenhum sentimento será perdoado, pois não foi escolhido sentir.
O corpo como uma estátua fica imóvel apenas deixando sentir o turbilhão de inusitadas sensações e pensamentos que agora rodeiam a sua cabeça confusa. Mas não há lágrimas para chorar, não agora. Não por isso, afinal é tão pouco. Tantas pessoas e tantos motivos. Misérias, pestes, mentiras... enquanto você é uma ilha rodeada de ondas de água, vento e som.
A cabeça confusa, apelando por uma palavra pede misericórdia, não é ouvida. Fingem não ouvir, não se sabe se por descaso. Na cabeça foi implantado que depois de tentar (de verdade) e não conseguir é a hora da fuga. Só um caminho pro horizonte e tantos caminhos disponíveis, ruas imensas, inúmeras e escuras rodeadas de variadas possibilidades.
Algumas pessoas estarão próximas ao alcance de um grito, mas fugirão na velocidade do som ao saber de toda a dor que carrega este (falecido) coração. Não estranho saber que partiu só, já que meias verdades não lhe são verdade alguma. Inteiro e fatal. Corre e corre no escuro, já é noite... nada pode te deter. Vá correndo se alimentar do ar da noite, do silencio e do momento de liberdade onde você não é julgado, nem observado.
Relaxe, agora você está só consigo.

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