Sem perdão a água cai.
Traz do céu,
Traz de dentro tudo o que é demais
E esparrama pelos morros o sabor de fel.
Desce os morros,
(Que com este nome ficam poéticos)
A água que vem como tapa na cara.
Acordam o povo pra vida, descrevendo céticos
A realidade que fantasiamos na marra.
Fuzileiros disparam,
Mc's rimam, senhoras negras cantam.
E as ruas que param
Quando os poetas discorrem,
Não mensuram após o verso
As lágrimas que escorrem.
Contado por um violão, um pandeiro,
Cavaquinho e bandolim
O lamento das cordas é o ponto de partida certeiro
E no momento derradeiro do partido,
O prelúdio é o estopim.
E no fim, chorim.
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