terça-feira, 13 de setembro de 2011

Desritimado,
Sou música sem som.
Um misto de frases sem ser prosa.
Sou como se a cadência do samba
Não conhecesse Noel Rosa.

Mas trago comigo a riqueza da palavra.
Desfiro com uma caneta ou a boca,
Num passe de mágica, feito abra-cadabra,
Revelo palavras de amor para serem ditas
Em voz rouca.

À meia-luz, à luz da lua
Onde os amantes amam,
onde os lobos uivam,
É só a volta para casa
Engolindo e digerindo as palavras que não foram ditas,
Processando e as tornando escritas.

Assim nasce cada verso meu:
Da falta de mimo,
Da falta de brilho,
Sem nada de ritmo.
Sem rimas e sem estrutura.

São lágrimas secas com algum contentamento
E dentro do choro de qualquer felicidade
Há uma gota de amargura.

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