domingo, 27 de novembro de 2011

27-11-2011

Prego os olhos na tecnologia que me sobra à mão
Enquanto escrevo por extenso um pedido pra Deus.
Emprego no versos súplicas de amor,
Se eventualmente surge ao acaso o temor do adeus.

As linhas que seguem tortas na grafia
São insólitos desejos do infinito;
De que se propague o amor como o pão nosso de cada dia.
- Rogo ao senhor que cale com beijo a boca de grito.

Eu sou o menino que sonhou ser Deus por um dia
Para ouvir preces, agracedimentos, lamentos.
E no meio da plural romaria,
Atender um chamado em poucos momentos
Da feliz alma que experimentou uma gota de alegria.

Desprende do céu uma nuvem
(Serão lágrimas e lamentos que chovem?)
E viaja entre o céu e a terra,
Entre quem olha e espera a chuva cair.
Como a paz da lúgubre passagem,
Fator intrigante entre os que ainda pretendem existir.

O menino não quer mais ser Deus,
As nuvens secaram em época de estio.
Não há romaria, Outono ou Primavera,
O menino rezava na vela
Para um Deus que, de fato, nunca existiu.

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