domingo, 30 de dezembro de 2007

Pensando Existimos

Vaguei pela noite suburbana de uma capital cinzenta
Procurando algo que me fizesse sentido
Ou que suprisse a minha vontade de eliminar umas lágrimas presas há tempos.
Meus olhos, onde minhas lágrimas ainda presas habitam,
Estão cansados de todo esse excesso vazio.
Tudo em excesso: a cultura, a violência, o amor e o tédio.

O excesso de tudo me tornou esse excesso de náuseas
Para completar a coleção de melancolia desse mundo cinzento.
Essa terra da garoa admirada por muitos, amada por alguns e outros poucos,
Esconde muito sobre mim e sobre todos.

Todas as entrelinhas, os romances escondidos, os crimes encobertos,
As verdades não ditas morrerão com o solo desse mundo...
Mundo esse, que se acaba pouco a pouco, vítima do nosso egoísmo racional.
Racional por acreditarmos nisso, sendo assim, mais um indício de egocentrismo.

Houveram grandes pensadores, dramaturgos e profetas
Mas ainda não se passou ninguém nesse mundo que tivera a imaginação ao menos
[parecida com a minha.
Somos todos seres diferentes com princípios criados pelo mesmo alguém
Filhos de um mesmo Deus, filhos de uma mesma terra,
Com o maldito e semelhante pensamento denominado capitalista.

Eu não acredito em todas as denominações e significados dados pelos homens
Duvido, mesmo.
Mesmo que me pareça um pensamento meio atrasado, acredito em duvidar
Pensando a gente existe.

Eu gostaria de existir há umas décadas atrás,
Mas o meu modo de pensar, que foi influenciado por muitas tendências [acredite],
Me passa que existimos a todo tempo, porém,
Cada homem tem seu tempo e lugar no espaço.

O tempo é infinito e muito popular, fácil de achar e não-renovável
Porém o espaço, esse sim, é raro.
Exige identidade, convivência talvez, e sempre persistência para não desistirmos.

Como disse um antigo filósofo:
“Cogito ergo sum.”
Penso, logo existo.

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