Nesta noite vou debruçar meus versos sob qualquer calçada,
Na condição de ser aceito e não mudar.
(Apenas de pátria se for necessário)
E não haverá traição nisso,
Já que a primeira foi esquecida.
Às pessoas que se amontoam nas comemorações
Existe um recado em cada frase, em cada linha
Na fuga musical de qualquer concerto.
Onde quer que se aplauda o maestro há uma lágrima,
Seja no primeiro ou no último movimento.
Mas não há silêncio, a música toca.
Há abandono, sofreguidão e sentimentos
Em todas as notas e todas as lágrimas.
Enfim é intervalo e há felicidade:
Tempo de pausa.
Não há sons horríveis, não há se quer sorrisos plásticos
Doutrinados à agradar e mentir sua própria felicidade a tempo de
cada palma.
É pausa, descanso...
Mas silêncio, a orquestra está de volta.
É hora do prestíssimo.
O primeiro violino, spala da orquestra, extravasa todo o seu desastre
pessoal em semicolcheias afinadas, prontas pra explodirem
concentradas sob qualquer sintoma de rejeição.
Porém ele Logo se cansa, (pobre louco)
E dança conforme a música vai 'ritardando' e decrescendo 'poco a
poco' até finalizar a fermata.
Algumas pessoas choram emocionadas com a música,
Mal sabem elas que a música que emociona é só o reflexo da
emoção primeira que alguma outra pessoa tentou transmitir.
Fim do espetáculo.
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