O artista diante da tela em branco está pensando
Num infinito mundo de possibilidades.
Fica por conta da paleta de cores e da criatividade
Para que ele saia pintando.
Mas alguma coisa acontece:
O pintor não pinta;
A escritora não escreve;
E Dona Aninha não mais prepara o pão que nos fortalece.
Há algo de estranho, façamos uma prece.
Alguma coisa está errada por aqui:
Não é vírgula, crase ou paráfrase.
Nem cão, gato ou bigato...
É silêncio ao olhar o retrato.
A imagem que só o pintor fez com a sua habilidade, de fato.
Mas a orgia é no dicionário,
Onde as palavras se misturam sem pudor nem ciúmes
E é hilário estar certo e ter sentido onde quer que você abra,
Da raiz ao cume dessa árvore de conhecimentos.
Há algum abrigo tão comummente querido para tantas palavras?
Sobram respostas,
Sobram significados...
Plurais nem se falam!
E os singulares tristes ficam calados,
Mas todos eles são importantes
Para o predicado único da frase de qualquer pecado.
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