Vou de encontro ao meu algoz
Sem compasso ou estribilho.
Trago no olhar veloz o brilho
Com o pesar de um desolado filho.
A pá fustiga o chão atrás de restos mortais,
Remexe a terra, assim como desperta lembranças
Da vida passada, sempre presente,
Das diversas alianças, de tempos que não voltam jamais.
Pouco a pouco finda a terra que fortalece a gênese divina:
"Do pó vieste e ao pó voltarás!",
E do invólucro alí sacramentado,
Só retornam ossos aos reclamantes
Que um dia abrigaram órgãos de um ser errante,
Errado por banhar-se em excesso no rio de melanina.
Não traio meus olhos marejados.
Observo e rezo,
Sem dar o prazer, ou trazer
Ao conhecimento daqueles poucos que prezo.
Troca o caixão preto
(como os ossos corroídos pelo tempo)
Por um saco azul e plástico,
Um envoltório de aspecto brilhante, sorridente e sarcástico.
Deixa o corpo jazer,
E que este epitáfio se faça estribilho:
"Aqui jaz o homem que se fará continuar pelo filho."
Um comentário:
Denis, você é fora de série! Neste momento dificil conseguiu colocar em palavras seus sentimentos. E que palavras! Ele realmente fez um ótimo trabalho, juntamente com sua mãe! Fique em paz, primo! Bjs.Beth.
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