sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Alguém senta próximo à janela e escreve religiosamente todo santo dia. Descreve saudades, tristeza, rebeldia... enquanto caladas, a caneta e a mesa são sua compania, também a névoa que se desenrola por vários telhados até onde os olhos podem fitar.
Acompanhado por uma xícara de café - por vezes um copo de suco ou taça de vinho - nosso amigo, sozinho, deixa voar a imaginação de onde vem seus poemas e nossas leituras. Saem dúvidas, juras de amor e (sem nenhum pudor) críticas sociais que não aparecem nos jornais, aliás, em lugar nenhum além destas palavras.
Está visível sua caneca vermelha, que mais se assemelha à uma maçã, um símbolo universal do pecado no Jardim do Éden, como descreveria um religioso. Mas que pecado cometera este rapaz?
Da janela se observa a rua, o lado de fora e qualquer coisa que não esteja interiorizada, tem-se uma visão panorâmica privilegiada de todos que passam além das calçadas.
Mas nesse instante o tempo pára e o olho agora é no relógio: Hora de partir. Um empregado no entreposto não se pode dar o gosto de se atrasar, e ele como bom moço vai cumprir com o seu dever: Observar tudo para depois escrever.
Temos um dia imenso pela frente, na periferia. Não se deixe cansar, é apenas o começo do dia.
Vá caixeiro, vá trabalhar...

Um comentário:

Unknown disse...

O q dizer??

Perfeito³